Bacharel de Relações Internacionais e o Business World: do curso aos desafios da carreira

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Futuros bacharéis em Relações Internacionais (RI), ou já internacionalistas, busco apresentar neste breve artigo alguns desafios do mercado de trabalho para o profissional. Para tanto, conto com a ajuda de dois artigos (produzidos pelos colegas Patrícia Bianco e Guilherme Bueno), considero que podem contribuir muito para aqueles que estão pensando em estudar/produzir a Ciência de RI, próximo a se formar ou buscam uma oportunidade.

Como já apresentado no artigo: “Internacionalista Don´t Panic” (https://www.linkedin.com/pulse/profissionais-de-relações-internacionais-dont-panic-patrícia-bianco/) da colega Patrícia Bianco, a formação do Internacionalista é “ampla” e “não especifica”, ou seja, é um curso multidisciplinar. Utiliza os conhecimentos da Ciência Política, Economia, História, Relações Internacionais, Direito e outras áreas como o comércio exterior para preparar o profissional a lidar em um mundo globalizado.

A proposta do curso é desenvolver um profissional apto a leitura de eventos/fenômenos globais que impactam/influenciam localmente, e entendem que “agir localmente é influencia globalmente”. O internacionalista geralmente tem um perfil curioso, interesse/domínio de outros idiomas, o que leva a diferentes oportunidades em diversas organizações. Pode ser do primeiro, segundo ou terceiro setor. Em nível local, regional ou global.

Sendo assim, Patrícia defende que o internacionalista não pode cometer o equívoco de tentar se encontrar em Relações Internacionais, pois o curso como apresentado é generalista e o mundo atual, integrado. Em qualquer cidade ou organização há espaço para a atuação do profissional, ou seja, você não precisa estar em Nova York, Genebra ou outras grandes cidades do globo e nem em organizações internacionais.

“Não tente se encontrar em Relações Internacionais. O conceito de Relações Internacionais vai te encontrar em qualquer lugar que você estiver […] nossa formação generalista faz toda diferença em liderar […] avanços. […] Profissionalização em Relações Internacionais é pré-requisito no mundo atual. Tenha a iniciativa, pró-atividade de encabeçar essas relações, não há profissional mais qualificado no mercado para liderar esses processos do que nós…” (Patrícia Bianco)

Recomendo a todos acessar o artigo (https://www.linkedin.com/pulse/profissionais-de-relações-internacionais-dont-panic-patrícia-bianco/) e realizar a leitura dos 11 pontos que a colega compartilha conosco!

Saber que o curso adota uma formação multidisciplinar, e que no Brasil é um curso novo, faz com que os desafios para conseguir uma oportunidade no mercado de trabalho sejam ainda maiores! E como conseguir uma posição?

Para nos ajudar a compreender como lidar e vencer os desafios de encontrar uma posição no que chamo de “Business World”, recomendo o artigo: “Relações Internacionais: o desafio de preencher a imensa lacuna entre graduação e mercado” (https://www.linkedin.com/pulse/relações-internacionais-o-desafio-de-preencher-imensa-guilherme-bueno/) do colega Guilherme Bueno, que traz contribuições importantes de como traçar a carreira em RI.

Em seu artigo, aponta que a carreira em RI se difere de outras profissões “…tradicionais e consolidadas, como Engenharia Civil, Arquitetura, Medicina e [por que não] Comércio Exterior…”, pois estas apresentam perfis claros e definidos com maior nível de êxito de atuação, e colocação no mercado de trabalho. Diferente de “…carreiras novas e universalistas, como Relações Internacionais”.

Guilherme Bueno contribui com o conselho a todos que deslumbram se tornar internacionalista:

“…antes que ingresse no curso de Relações Internacionais, saiba que a graduação conta apenas por um vigésimo da sua formação. Reafirmo: 5%. Apesar da graduação contar apenas por uma pequena fração da trajetória profissional, não se trata apenas de um diploma, mas de uma forma de encarrar os desafios e enxergar as oportunidades ocultas e distribuídas em muitas frentes.” (Guilherme Bueno)

Sua afirmação é embasada em cima do depoimento de um colega de profissão (Jackson Staack), que apresentou em um depoimento que o curso de Relações Internacionais não prepara o futuro profissional somente para um emprego, e afirma que prepara“… para o mundo [e que hoje possui]… inúmeros negócios, … [sua] empresa fica em Nova York e muito …[deve a] … formação; lógico que formação é apenas 5%, o restante é talento, dedicação, trabalho”. Recomenda-se ler o artigo na integra que contém o depoimento de Staack, acesse: (https://www.linkedin.com/pulse/relações-internacionais-o-desafio-de-preencher-imensa-guilherme-bueno/).

Para Guilherme, os outros 95% na formação da carreira em Relações Internacionais está nas decisões da pessoa, que deve considerar seus “valores e paixões, que podem ser em atividades voluntárias, experiência profissional, cursos complementares, outra graduação, especializações, viagens, parcerias profissionais, etc”.

Ainda sugere que o internacionalista “pode fazer um MBA em Gestão de Projetos, ser voluntário em uma ONG, estudar a China e se aprofundar em um tema com potencial para profissionais com nossa formação…”.

Como sugerido pelo colega, eu sou um exemplo real, pois sou formado em Relações Internacionais e possuo um MBA em Internacional Gerenciamento de Projetos. Atualmente, estou como mestrando em Relações Internacionais, estive como voluntário em diferentes projetos no Brasil e exterior, morei e viajei a outros países.  Fui um dos fundadores de uma Organização Não Governamental (ONG) chamada “Share to Impact” ou “Organização Compartilhar”, onde estou como presidente e que busca promover os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O colega sugere ainda algumas áreas que podemos seguir e que contam com grande potencial para os internacionalistas, como: “segurança digital, sustentabilidade, informática/tecnologia, novos tratamentos médicos, internacionalização de empresas, comércio eletrônico, finanças, etc”. E, mais uma vez, como coincidência, hoje eu estou na área de finanças, e já atuei na área de internacionalização de empresas.

Para aqueles que pensam na carreira de Relações Internacionais, uma frase que merece destaque:

“Se não está disposto a enfrentar grandes desafios, muitas incertezas e inseguranças, não estude Relações Internacionais. Não é uma carreira convencional, não é linear, não é óbvia e não é cristalina.” (Guilherme Bueno)

Concluo dizendo que o internacionalista possui um espírito cosmopolita, interesse por idiomas, é curioso, aberto a novos desafios e disposto a solucionar problemas. Deve-se ter em mente que precisamos mostrar às empresas a importância desse profissional e que podemos contribuir em qualquer tipo de organização. Entendendo que podemos atuar em qualquer tipo de mercado e localidade do globo, o importante do internacionalista é nunca parar de se atualizar, estudar e pesquisar.

Fontes

https://www.linkedin.com/pulse/profissionais-de-relações-internacionais-dont-panic-patrícia-bianco/

https://www.linkedin.com/pulse/relações-internacionais-o-desafio-de-preencher-imensa-guilherme-bueno/

https://irel.unb.br/2007/03/30/perfil-da-graduacao-em-relacoes-internacionais-2/

http://www.iri.usp.br/